sábado, 27 de novembro de 2010

A ARTE DA FOTOGRAFIA

    A fotografia foi uma invenção do século XIX que alterou bastante – tal como outras inovações técnicas dessa época – a perceção e a experiência que a humanidade tinha do mundo.
   A reprodução da realidade e a imobilização temporal duma cena ou objeto através da imaterialidade da luz, parecia milagre, em especial no início quando as primeiras imagens fotográficas foram divulgadas. Esta descoberta foi o culminar dum desejo antigo do ser humano, o de criar um mundo imaginário tão aproximado quanto possível da própria realidade. Esta imagem similar à realidade, registada em papel através da luz e processos químicos, era criada dentro duma caixa, a “câmara fotográfica”. As fotografias resultantes eram o registo de situações espacio-temporais, memórias que constituíram um arquivo visual.
   Pela primeira vez, era possível registar o passado através de reproduções exatas da realidade sem ser apenas por palavras escritas, gravuras ou imagens pintadas ou desenhadas. Com a imagem fotográfica iniciou-se assim uma época de recordação coletiva.

   A capacidade extraordinária da imagem fotográfica poder captar com realismo e veracidade as cenas quotidianas, vai pôr em causa e desafiar a interpretação criativa das imagens pintadas.
A primeira fotografia- Niépce-1826

   A “pintura”, resultado de um processo criativo longo, podia agora ser substituída por um processo ótico, mecânico e químico muito mais rápido, “instantâneo”. No início a fotografia não constituía uma ameaça direta à pintura porque o seu formato (tamanho) era limitado pelo que podia ser captado na objetiva da câmara fotográfica, as imagens eram a preto e branco e dependiam de condições favoráveis de iluminação. Para além disso, mesmo os pintores que viam nela um “perigo” para a sua arte, ficaram fascinados por este invento e pelo enorme potencial que representava.
   Esta invenção foi o nascimento de uma nova linguagem que devia tornar possível uma nova forma de Comunicação Visual. Sabemos hoje que esta linguagem nova não tem limites. A sua facilidade de reprodução e disseminação criou uma realidade que se tornou parte da cultura moderna que dificilmente poderia hoje prescindir da sua contribuição no desenvolvimento artístico, cultural, científico e tecnológico.

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